ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL “MARIA JOSÉ”
Aluno:_____________________________________________
Professora: Marileide F.
Abreu Data: ____I _____I
_____
Avaliação Bimestral de
Língua Portuguesa
Não despertemos os Leitores
Os
leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as
eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E
acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém,
como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte
séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele,
Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de
salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da
sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições.
Ninguém é levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em
entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre
infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer
dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um
Império que desaba ou uma barata esmagada.
(QUINTANA, Mário. Prosa &
Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)
1.. Defina, com
suas palavras, um leitor dorminhoco.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Que tipo de leitor, você se
classificaria? Justifique. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Mário
de Andrade, afirma o seguinte: “Que conhecimento não faz mal a ninguém, e que o
Brasil é historicamente feito por pessoas que são dispersas a leitura e que
nada significa para ele”. Agora explique, o que você entendeu?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
LER, ESCREVER E FAZER CONTA DE CABEÇA
“A
professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre
um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as
mãos, depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros,
borboletas. Ela passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um
cheiro de limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem
desenhada, amarradinha uma na outra!
(...)
Ninguém
tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de
aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia
não saber e aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais
vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada
um se levantava, em ordem alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava
sua presença e recebia uma bolinha azul na frente do nome. Ela chamava o nome
por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai. Queria ter mais nome, pra
ela me chamar por mais tempo.
O
giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando
os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também
aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das
folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o
capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com
orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.
(...)
Nas
aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia os
poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos as ideias mais eternas.
Ninguém suspirava, com medo da poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral,
Alvarenga Peixoto e “toc.. toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de
um poeta chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava
de onde vinha nem onde tinha nascido. E a poesia ficava mais
indecifrável.”
QUEIRÓS,
Bartolomeu Campo, Ler, escrever e fazer conta de cabeça.
4) Grife
os verbos das frases abaixo e classifique- os em: VTD- VTI- VL- VTDI - VI
a. “A professora gostava de
vestido branco
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
b.
, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho e o aproveitamento do
caderno.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
5)
O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada,
explicando os mistérios.
A palavra sublinhada é
chamada de: ( ) VL
(
) VTD ( ) VTDI (
)VI
6) Classifique as palavras em negrito em: complemento
verbal ou complemento nominal.
a. Ninguém tinha medo da poesia. ___________________________________________
b. Um cheiro de limpeza coloria o ar. _________________________________________
7) Marque a oração em que o termo
destacado é o sujeito:
a. A
publicidade é feita das formas mais variadas.
b. Se
nosso vizinho compra um carro novo, logo queremos trocar o
nosso.
c. A gente era educado para saber ser
com orgulho.
d Há
vitória, quando a luta é objetiva.
8) Transcreva a frase, passando- a para a linguagem denotativa.
Ela
passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um cheiro de limpeza
coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada, amarradinha
uma na outra.
9) Classifique os períodos
colocando PS para período simples e PC para o período composto:
a) (
) O índio mora na floresta e vive de caça e pesca.
b) ( ) Antes os índios eram os donos da
terra.
c) ( ) O índio chegou ao bar, dançou, cantou, bebeu
e foi embora.
d) ( ) Eu
sou o índio “Cara Pintada”.
10) Formar uma frase com a palavra índio ou livro e composta com vocativo.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
"O SER HUMANO SEM PALAVRAS É COMO UM LIVRO SEM PÁGINAS, NÃO SERVE PARA NADA".